terça-feira, 4 de maio de 2010

e-mail aos amigos (antes que a felicidade vire lei)

Queridos,

Quando qualifico ou desqualifico as diferenças afirmo que minha escolha é a melhor. O melhor sou eu.

Quando as diferenças do diferente correspondem as minhas expectativas o qualifico.

Quando as diferenças do diferente não correspondem as minhas expectativas o desqualifico.



"Para aquilo que não pode ser dito deve-se calar"

Wittgenstein



Este pensamento epistemológico aponta Algo que pode ser chamado de qualquer Coisa; sem preconceitos, chamo de Deus. O Deus que fluiu, Divinamente no Spinoza lá pelos anos de mil seiscentos e cinquenta e poucos... quando disse trazendo luz ao panteísmo que "Deus não ama nem odeia. Deus É"

É o fim do EU, do diabo e do poder das religiões.

Religião é manifestação cultural de fé de diferentes grupos. O que quer que ela seja, além disso, alimenta a valorização e os conflitos entre diferenças tornando-se paradoxais quando pregam o amor.

Antes que a felicidade vire lei no Brasil preciso entender que não existe diabo, nem maldade, nem bondade. Existe desejo de felicidade que construo no amor ou na vingança. Por escolha ou incapacidade. Maldade é a felicidade que sinto quando o diferente sofre seja quem for o diferente.

A vingança não é considerada pecado porque está na base da cultura dos povos que deram origem as três grandes religiões.

Aproprio-me do livre arbítrio e escolho sentir felicidade no amor, no respeito e na compaixão às diferenças, transformando o prazer da vingança que também é manifestação Divina em compaixão, consciente que essa emoção que me traz felicidade é Deus se manifestando na massa de energia concentrada que mefaz ser. Se acredito que sou "eu" que tenho a compaixão pelo diferente, paraliso o sistema me diferenciando do outro (nesse caso) em condição de superioridade.

A moral solidificada no maniqueísmo estimula a manifestação Divina construída no prazer da vingança. É fácil e rápido esse caminho de busca da felicidade. Que prazer poder exclamar para o diferente que me contraria: BEM FEITO!

Quero libertar Deus desse sentimento, senti-lo Fluir na compaixão, transformando a emoção da vingança.

Por escolha posso permitir que Deus se manifeste no amor e cada vez menos dizer bem feito me beneficiando com a felicidade vinda da vingança, mesmo quando o diferente que praticou um crime for punido por esse crime. (o diferente pratica crimes em busca da felicidade)

Esse é um combustível responsável pelo movimento da transformação das tensões, lembrando que não sou melhor nem pior que nenhuma diferença.

Queridos, quero divulgar esse pensamento. O livrinho está sendo vendido no bar do Serginho aqui perto de casa e no atelier da Lola na rua Santa Cristina aqui em SantaTeresa, também está no blog http://amorvaidadefelicidade.blogspot.com/

Um grande abraço,

Amor, respeito e compaixão às diferenças.

ps além do Spinoza e do Wittgenstein, Platão e Nietzsche foram importantes nessa construção.

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